sábado, 10 de setembro de 2011

TEORIA DA REALEZA E SUBMISSÃO PARTE Vl (a cobra)



Falam muitas coisas a meu respeito, mas não acreditem em tudo, muito do que falam são apenas boatos. Quanto aos acontecimentos posteriores a coroação do leão, vou lhes contar por serem meus amigos, mas se contarem para mais alguém eu desminto tudo, digo que estão loucos ou que estão se envolvendo com substancias proibidas. Estão avisados.
Como vocês sabem, eu fui ironizado pelo leão quando me propus a ser o rei dos animais. Não pude impedir que ele se tornasse o rei, mas vi na figura da águia a oportunidade de ganhar o meu quinhão nesta história. A oportunidade batia em minha porta, um ser ingênuo e idealista se oferecia a minha sagacidade, era exatamente o que eu precisava para mostrar o meu valor.
Aproximei-me da ave e me fiz de vitima, mostrei a ela toda minha indignação e vontade de mudar aquele cenário, minha atuação foi magnífica, era eu o maior entusiasta no dia do ultimo discurso. É difícil de imaginar uma águia de amizades com um réptil, mas consegui ganhar sua confiança, eu era seu maior militante.
O discurso da águia vinha ganhando força, talvez as coisas voltassem a ser como eram antes, mas que graça teria voltar para minha vida anterior? Eu queria mais. Eu merecia mais da vida, não poderia desperdiçar todo meu talento político em uma vida de mesmice. Se os fins justificam os meios, eu é que não queria um fim medíocre para minha vida.
Com muita insistência convenci a águia que talvez valesse a pena escutar o que o leão tinha a dizer. Foi assim que aconteceu a maior das ironias. Vocês podem imaginara a cena de uma cobra se degustando da carne de uma águia?  É como imaginar uma zebra se alimentando de um felino. Foi a melhor refeição de minha vida.
Feito isto o leão cumpriu sua palavra, não por ser de sua índole, mas por enxergar que eu poderia ser de grande serventia na consolidação de seu poder. Hoje como vocês sabem sou o conselheiro do rei, sou seu maior articulador e criador do projeto alienação. Sou um sucesso, um mestre da política, um exemplo de que realmente os fins justificam os meios.




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