sexta-feira, 2 de setembro de 2011

TEORIA DA REALEZA E SUBMISSÃO PARTE lV (o macaco)



Se eu me consagrar rei você terá um cargo em meu reino, foi o que ele disse. Senti-me o tal diante dessa promessa, a ascensão do leão, derrepente parecia a minha própria, então lhe dei o meu apoio.  Aconteceu tudo rápido demais, mas hoje consigo perceber que os felinos já haviam planejado esta jogada de mestre há muito tempo. Eles descobriram que espalhar o medo é uma arma infalível, é preciso criar uma ameaça em comum para que todos aceitem abrir mão de seus direitos por um “bem maior”, e foi justamente o que fizeram. Espalharam a mentira, plantaram a semente do medo no coração de todos os animais, e esperam germinar.
A ameaça de extinções provocada por nossa falta de organização foi a cartada final, naquele momento estávamos vulneráveis a aceitar as idéias do leão, éramos presas fáceis. Logo após o leão se consagrar rei, fui exigir meu cargo, imaginava ser um conselheiro real, mas o cargo que me foi concedido é o de bobo da corte.
No começo os espetáculos eram apenas para a corte real, tinha que me desdobrar, pois se o rei não gostasse do show, de espetáculo principal eu me tornaria prato principal, como a águia que muitos dizem ter se matado.com o passar dos tempos o rei percebeu que o discurso subversivo da ave ainda ressoava entre os animais, então resolveu reagir. A primeira estratégia foi a repressão ,mas logo percebeu que só reprimir não bastava,era preciso também distrair,e é ai que eu entro.os espetáculos que antes eram elitizados agora tinham ganho apelo popular,era preciso prender a atenção de uma grande gama de animais ,para que os discursos subversivos perdessem a força.
Muitos animais acreditam na bondade do rei, dizem que ele cuida da gente, se preocupa, nos quer ver felizes, estes já alcançaram o estágio final do projeto alienação. Se eu queria um cargo importante ,agora tenho,sou um dos pilares de sustentação do reinado do leão, mas, contudo isso ,não consigo dormir.

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