segunda-feira, 14 de novembro de 2011

umbigocentrismo


  
O que há de errado com as pessoas?Vivemos numa geração que resolveu fechar os olhos. A lei da selva lhes parece justa, se armam de argumentos para se sentirem bem, acreditam ou fingem acreditar que as oportunidades existem para todos, e se alguém vive na miséria é por falta de iniciativa, é por preguiça ou acomodação. Vivemos a geração do umbigocentrismo, termo apropriado para uma geração que aprendeu desde cedo que é preciso chegar à frente, e que seu colega do lado também era seu adversário, antes mesmo de ser seu amigo.
  Vivemos em um mundo onde as pessoas convivem bem com a existência da fome, e de crianças na rua, desde que as barrigas não sejam suas, e nem as crianças. As pessoas não sonham com o fim da pobreza, mas sim em se tornarem bastante ricas. Até acredito que o egoísmo seja um mecanismo de defesa do ser humano em busca da sobrevivência, remanescente do período pré-histórico, mas nos dias de hoje e no nível praticado é inaceitável e injustificável.
  A cultura do egoísmo está em toda parte, o sistema capitalista é absolutamente doutrinário neste aspecto, e exerce esta doutrinação com extrema perfeição. Somos educados para nos tornarmos pessoas egoístas, é difícil reconhecermos isto, mas é a pura realidade, tente puxar pela memória e você chegará a esta conclusão. Muitas vezes estas mensagens foram ditas de forma explicita e outras vezes estavam nas entrelinhas. A doutrina ensina, e disso você se lembra que só há lugar para os vencedores, e com isso deixa nas entrelinhas que se for preciso passar por cima de quem quer seja, você deverá passar.
  Precisamos refletir sobre o que estamos ensinando as nossas crianças, mas, porém temos medo, pois fomos doutrinados na lei do mais forte, na cultura do egoísmo, na mística do vencedor. Temos medo pelo futuro de nossos filhos, queremos garantir que eles se tornarão vencedores, e por isso transmitimos a mesma mensagem que recebemos. Gerações se sucederão repassando esta mesma mensagem.  O mundo se tornará cada vez mais egocêntrico, com uma capacidade cada vez maior de excluir, descriminar e determinar seus percentuais com o argumento de que o planeta não consegue suprir as necessidades de todos os seus habitantes, e assim justificar a exclusão nas leis de Darwin.